sexta-feira, 7 de outubro de 2011

domingo, 2 de outubro de 2011

Musica no Teclado do seu Computador

Aqui vai a dica de um site divertido para jovens que gostam de música! Trata-se de um site onde você ‘transforma’ o teclado do seu computador num verdadeiro orgão electrónico. Ligue as colunas de som e experimente pressionar as teclas que aparecerão na tela do seu computador. Pode também utilizar o mouse o que proporciona [...]

http://ronwinter.tv/drums.html




Conhecendo e brincando com um Cânone


PLANO DE AULA


1. TEMA DA AULA: Conhecendo e brincando com um Cânone

2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Apreciação do cânone em ré maior e do cânone Meu anel. Arranjo a duas vozes com a mesma melodia.

3. OBJETIVOS:
- Apreciar um cânone;
- Perceber o momento em que o segundo grupo vai entrar;
- Cantar a melodia Meu anel à capella e tocando com instrumentos de costume dos alunos;
- Criar ritmos para a melodia, por meio dos instrumentos dos alunos.
- Apreciar as dimensões utilitárias do objeto sonoro.
- Estimular a criatividade do aluno promovendo sua participação na elaboração e execução de um cânone onde serão explorados o canto, a instrumentação e o ritmo.

4. PROCEDIMENTOS:
1º momento: Os alunos apreciarão a música Cânon in D maior de Johann Pachelbel, por meio de CD, no computador. Em seguida, os alunos assistirão a um vídeo de Paulinho Winterle disponibilizado no Youtube em que ele brinca com o Canon usando sua voz.
(http://www.youtube.com/watch?v=kN61_VrTzRU)

2º momento: Como sugestão, o professor diz aos alunos que também construirão um cânone, baseado na canção Meu anel. Primeiro eles conhecem a letra e melodia e logo depois executam por meio de instrução do professor, que dividirá a turma em dois grupos: o grupo 1 começará a cantar. Quando chegar à segunda parte do cânone, o grupo 2 começará a cantar a primeira parte. Quando os dois grupos estiverem cantando, o se da primeira parte deverá coincidir com o se da segunda parte. Daí pra frente os dois grupos cantam. Fazer a turma cantar até que todos estejam seguros.

3º momento: Os alunos tentam descobrir pelo ouvido a tonalidade da canção e o professor pede que a toquem. Eles se organizarão para tocar e cantar a canção Meu anel e também compõem trechos em cima da melodia principal.

5. RECURSOS DIDÁTICOS: Folha com cópia da letra da canção Meu anel.

6. RECURSOS MATERIAIS: Notebook, caixas de som, guitarra, violão, contrabaixo, bateria e teclado.

7. AVALIAÇÃO: A expectativa é que os alunos percebam que estão diante de um cânone e descubram o momento em que os grupos devem começar a cantar e também se sintam livres para se expressarem através da música.

Canção Meu anel:
GRUPO 1                                                                             GRUPO 2





Se meu anel cair no chão

O meu amor se vai

Se vai um, vem mais                                             Se meu anel cair no chão

Veja o mar balançando em paz.                            O meu amor se vai

                                                                                  Se vai um, vem mais

                                                                                   Veja o mar balançando em paz

Vídeo:

Aula ministrada por mim e um colega no curso de Licenciatura em Música, da disciplina Prática de Ensino e Aprendizagem Musical 
Aula filmada:

A Música no Contexto da Arte e Educação



Ana Maria N. Gorski Damaceno [*]



           A Educação conforme a escritora americana Ellen White é o “desenvolvimento harmônico das faculdades físicas, mentais e espirituais” e a arte contribui muito para esse desenvolvimento integral.
A escritora brasileira Ana Mae Tavares Bastos Barbosa mencionou: “Educação é o caminho que leva alguém a realizar as próprias descobertas e alcançar sua expressão própria”.
          Sabemos que os gregos, desde os tempos remotos, tinham como disciplinas primordiais à educação física e a música. A primeira, para desenvolver um bom físico e a segunda para uma mente sadia, “Mente sã em corpo são”.
         Todos os pais e educadores devem se convencer de que a música é um inestimável beneficio para a formação, desenvolvimento e equilíbrio da personalidade da criança e adolescente.
       Segundo o educador Paulo Dourado: “A música é a mais abstrata das manifestações do homem. Exprime o que de mais profundo há no espírito humano”.
         A utilização da música na educação de crianças é um grande estimulo ao desenvolvimento do pensamento criativo, da imaginação e de noção de forma. Os três elementos fundamentais da música, melodia, harmonia e ritmo, devem ser desenvolvidos cantando, ouvindo e tocando instrumentos até construídos pelos próprios alunos. O objetivo deve ser o desenvolvimento das faculdades intelectuais e sensoriais e a busca de uma interação enriquecedora entre ambas. Advoga-se a tese de maior intercambio entre arte, ciência e técnica e, de que “toda pessoa é talentosa”, procurando despertar no estudante sua sinceridade de emoção, sua agudeza de observação, sua fantasia e criatividade.
          O professor deve estimular os alunos à composição de músicas instrumentais e vocais. Deve permitir em primeiro lugar a exploração livre pelos alunos, depois, à medida que vão realizando as improvisações, professor e aluno selecionam o material, colocam numa ordem, ensaiam bem para que saibam as letras com precisão rítmica e melódica. As músicas podem ser integradas numa peça de teatro, numa coreografia, numa festival ou num recital ou concerto.
       Uma experiência aconteceu com alunos da Educação Artística do 2o. Grau, atual Ensino Médio, onde dividiu-se a classe em vários grupos, escolheu-se um tema onde um grupo escreveu o roteiro da peça, outro pintou e improvisou o cenário, outro cuidou dos efeitos de luz e som, outros interpretaram os papéis, dramatizaram, o grupo dos músicos providenciou os fundos musicais e tocou na abertura, interlúdio e poslúdio.
        A classe trabalhou unida e arduamente, e apresentou um programa para pais e alunos da escola. Todos os alunos se realizaram e, felizes, foram coroados pelos seus esforços.
        Pela lei 5.692/71 o Brasil instituiu duas horas por semana para Arte nas escolas. Para nosso trabalho muitas vezes era pouco tempo e os alunos não se incomodavam em marcar ensaios extras, pois faziam por prazer e com gosto. O que acontece, é que muitas vezes professores pouco motivados, sem formação especializada ou, ainda pior, alguns pouco interessados em aperfeiçoar-se, sem idéias renovadoras, tornam essas aulas maçantes. Isto e mais o consenso antimusical de alguns pedagogos do nosso país “Música não serve para nada”.
        Opinião assim e, música, como arte turva, instintiva, impulsiva, sexualizada, pouco compatível com a sublimação cultural e mais a radiocacofonia, cotidiana e permanente, que provocam fenômenos de rejeição acústica, ensinam a desouvir.
        Todas estas ideias negativas de música formadas no século XX e a vinda de músicas ruidoras que, cansam e desgastam grandemente o sistema nervoso, deixam as pessoas irritadas e extremamente cansadas. Por outro lado, as músicas eruditas em geral, têm um efeito terapêutico muito grande, ajudando na cura de várias enfermidades, daí o termo “musicoterapia”.
       Infelizmente, alguns ainda advogam que as experiências em arte são luxo dispensável, podendo despertar perigosos impulsos para o efemininamento e a boemia. Até ligam sempre os artistas a pessoas desajustadas e metidas com drogas. O conceito de ensino da arte como adorno para as moças da classe alta até meados deste século, fixou a idéia que as belas artes e o estudo do piano e canto são só para o sexo feminino, concepção esta inteiramente errada.
         Instrumentos e Belas Artes não possuem sexo. São apropriados a todos independentemente de sexo. Tanto que os pianistas, cantores e pintores de maior projeção de todos os séculos são homens. Talvez, devido ao machismo existente em todo o mundo, em todas as épocas...
        Portanto as generalizações aos músicos e artistas são simplesmente absurdas! A música no decorrer de nossa vida e, na experiência artística-musical, sempre representou uma forma de libertação emocional, uma grande auxiliadora pedagógica por se aprender as demais matérias. Também para desenvolver: a coordenação motora, leitura dinâmica, criatividade, senso estético, concentração, desinibição, afetividade, auto-afirmação, equilíbrio, confiança, fluência, flexibilidade e originabilidade.
       É nosso objetivo reforçar que a música e, as artes em geral, podem contribuir para o equilíbrio emocional, psicológico e social do educando. Igualmente, que o ensino da música na arte educação, por pessoas devidamente especializadas, é de suma importância a fim de proporcionar uma melhor integração do indivíduo na família, escola e sociedade.

Concurso para professor de Música



 Procurando trabalho? Veja lista de concursos públicos para área de Música:

http://www.google.com.br/search?q=concurso+para+professor+de+m%C3%BAsica&ie=utf-8&oe=utf-8&aq=t&rls=org.mozilla:pt-BR:official&client=firefox-a

sábado, 24 de setembro de 2011

Reflexão de hoje...


“O espaço cibernético é um terreno onde está funcionando a humanidade, hoje. É um novo espaço de interação humana que já tem uma importância enorme sobretudo no plano econômico e científico e, certamente, essa importância vai ampliar-se e vai estender-se a vários outros campos, como por exemplo na Pedagogia, Estética, Arte e Política...O interesse é pensar qual o significado cultural disso. Com o espaço cibernético temos uma ferramenta de comunicação muito diferente da mídia clássica, porque é nesse espaço que todas as mensagens se tornam interativas, ganham uma plasticidade e têm uma possibilidade de metamorfose imediata. E aí, a partir do momento que se tem o acesso a isso, cada pessoa pode se tornar uma emissora, o que obviamente não é o caso de uma mídia como a imprensa ou a televisão.” 

Nós, educadores musicais, precisamos aderir a esse 
espaço e utilizá-lo também em nossas aulas para não
corrermos o risco do atraso tecnológico.
 Leia mais:

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

SMETAK IMPREVISTO

Instrumental SESC Brasil - Trio Sonax - Cretinos, flautas e afins - 18/0...

INTELIGÊNCIA ARTÍSTICA - você tem???

        
        “Um grande artista é movido no fundo por uma grande inteligência. Tem a criatividade, a sensibilidade, mas quem governa é a inteligência. Digo inteligência não como algo frio, enciclopédico, nerd. Mas como capacidade de avaliar, de escolher, de fazer o balanço do que serve e do que não serve, de tentar entender o que faz. [...] Frank Sinatra, antes de gravar ou cantar uma música num show, passava alguns dias lendo a letra. Estudava, entendia a construção do texto, a função de cada palavra. Quando cantava, revelava tudo isso para nós. Suas pausas, as partes mais faladas do que cantadas, a hora de desenhar a melodia, a hora de subir, de ser breve, de cantar mais alto, mais baixo, tudo vinha do entendimento que ele tinha do texto. Era, antes de um cantor, um leitor. Seu canto lia o texto para ouvirmos a sua leitura. O ator francês Gérard Depardieu também disse que a sua interpretação teatral parte da leitura das nuances do texto. Para ele, interpretar é encontrar uma maneira bonita de dizer o texto. É uma questão de achar as pausas. Como na música, uma questão de ritmo, de duração. Pausas breves, longas, médias. A busca de cada artista é desenvolver esse saber sobre o que faz. Um saber que muitas vezes se transforma com o tempo. Daí os artistas com fases diferentes, com reviravoltas, os que são praticamente vários durante uma vida.”
Fragmentos da crônica de: Ricardo Silvestrin
                                                                    Disponível em: http://www.ricardosilvestrin.com.br/?pg=2114


      Muitas pessoas têm um talento, como disse Ricardo Silvestrin, que é movido pela inteligência. Esses têm a capacidade de desenvolver cada arte que desperta muito interesse e pode atravessar até mesmo gerações. A seguir, mencionarei uma figura importante para a história do Brasil que revolucionou a arte musical e criava novos instrumentos em busca de uma nova música. Nasceram assim as “plásticas sonoras”, instrumentos feitos com cabaças, cordas, tubos de PVC e outros materiais que aproximavam música e artes visuais.

ANTON WALTER SMETAK          
            Apesar de ter nascido em 1913 na Suíça, este violoncelista virtuoso, compositor, luthier, escultor, escritor, inventor de instrumentos e “plásticas sonoras” (cerca de 150); viveu o auge de sua carreira em Salvador, trabalhando como professor na Escola de Música da UFBA desde 1957 até a sua morte, em 1984.
            Sua obra inscreve-se em uma linhagem que inclui E. Varèse, J. Cage, A. Schoenberg e J. Carrillo – compositores que tiveram uma contribuição-chave na difusão do atonalismo, dodecafonismo e microtonalismo.
         Ao buscar romper com as bases rítmica, harmônica e tonal predominantes na música “erudita” europeia de sua época, e incorporar timbres e outros sons pouco usuais às suas composições, Smetak foi vanguarda na Bahia e da Bahia, pois também integrou de maneira genial a música à escultura.
       Focando seus esforços no estudo da atomização microtonal e do “som prolongado” através de instrumentos experimentais produzidos com cabaças e outros recursos naturais nativos – inclusive através de instrumentos produzidos por indígenas brasileiros – Smetak não estava apenas pesquisando novos sons e revalorizando sons tidos como “corriqueiros”. Seu objetivo foi o de ampliar a consciência auditiva dos indivíduos como um passo necessário para o despertar de novas faculdades sensoriais e valores sociais.
         Para Smetak a função da música é a de celebrar o presente, não em seu sentido festivo, alienante e reificado da nossa sociedade on line, tão dependente de eventos impactantes sucessivos e cujo efeito principal é ignorar o passado, a própria história e a possibilidade de mudanças no futuro. Ao contrário, a sua forma criativa de celebrar o presente através do exercício musical pode ser entendida como um método revolucionário e necessário para a reinvenção de novas formas de se viver, socialmente mais justas e generosas.
         A importância do seu legado é que ele não foi apenas um homem com preocupações estéticas, mas também sociais e espirituais. Afinal, como a expressão musical é a forma de arte mais abstrata, ele acreditava que caberia à nova música dar vazão a um ímpeto criador capaz de plasmar novos homens e também uma nova sociedade.
           De Caetano a Gil, passando por Tom Zé, Rogério Duarte e Tuzé de Abreu a genialidade das suas contribuições inspirou e inspira muitos artistas e intelectuais. [...]

            *Enio Antunes Rezende – Professor da Universidade Estadual de Feira de Santana
            Disponível em: http://jeitobaiano.wordpress.com/tag/walter-smetak/

Veja mais sobre sua vida e suas invenções:

Acadêmicos:



 
A Experiência Artística Melhora o Desempenho Escolar?

       O envolvimento de crianças com as artes para o êxito escolar anda despertando polêmicas interessantes. As razões da controvérsia certamente incluem a popularização das ideias de Gardner sobre múltiplas inteligências (1983), além da atenção dada pela mídia às pesquisas de neurocientistas da Universidade da Califórnia que ligam formação musical a desenvolvimento cognitivo (Rauscher et al., 1997).
       Há fortes justificativas teóricas para a posição de que as artes constituem ótimas parceiras em potencial para a aprendizagem acadêmica, especialmente ao considerarmos o papel global da representação nas maneiras pela qual aprendemos e expressamos nossa compreensão. Consideremos o seguinte breve relato de algo que acontece numa aula de história: uma forma artística de representação é proposta por uma pioneira curricular por sua importância para o estudo da história da Europa moderna. Os alunos aproximam-se para ver melhor e discutir o que veem num dos exemplos, o qual lhes parecer ser um rico retrato de Paris em 1898. Observam na cidade repleta de vida as evidências da modernização — o transporte coletivo, a luz elétrica para iluminação pública, as roupas, as ocupações e os passatempos dos parisienses. Estes refletem mais profundamente sobre essa representação, revendo-a uma vez e talvez várias vezes na busca de novas descobertas. De fato, desvendam novas questões e possibilidades escondidas lá dentro e as discutem entre si e com a professora. Há ambiguidade naquilo que confrontam. Há mensagens, algumas mais claras do que outras. Os aprendizes sentem-se arrebatados pela ideia de que naquilo que veem há sinais da Revolução Industrial que discutiram um mês atrás. Percebem ligações com o desenvolvimento da ciência. Explorando o lúdico, resolvem compor uma ficção: uma conversa imaginária entre um comerciante e uma dama bem vestida ou entre dois operários a caminho do trabalho na traseira do ônibus puxado por cavalos. Experimentam criar uma representação semelhante e sentem a dificuldade de consegui-lo. Talvez até comecem a cultivar hábitos mentais que afetem o modo pelo qual abordam outros problemas ou situações de aprendizagem.
            Se essa forma representacional fosse o quadro Place du Théâtre, de Camille Pissarro (1898, Los Angeles County Museum of Art), a anedota diria respeito ao uso das artes visuais para auxiliar na aprendizagem da história e da cultura. Os poucos detalhes fornecidos nessa anedota são coerentes com o quadro em questão. Os alunos “leem” o quadro, conversando sobre as imagens com discernimento, ligando suas mensagens aos temas e contextos históricos explorados no decorrer de seus estudos. Poderiam conduzir suas próprias pesquisas e descobrir os desenhos a carvão da paisagem francesa feitos pelo jovem Pissarro, aparentemente como estudos do advento da fábrica. Poderiam começar a perguntar-se por que os artistas pintam o que pintam. A forma utilizada poderia ser num outro meio: poderia muito bem ser um poema, uma apresentação teatral, talvez uma obra musical.
          Por várias razões importantes, a escolha da forma tem pouco importância. Tanto a pintura quanto o texto num livro didático podem oferecer representações do mesmo conjunto de coisas: cada qual fornece uma janela que dá para o mundo em questão. E a pesquisa poderia acabar mostrando que a escolha do meio talvez não seja tão importante quanto à natureza do planejamento didático de que as representações fazem parte ou que crianças diferentes lêem representações textuais e visuais com graus diferentes de habilidade (Gardner, 1983).
        Evidentemente, eis o argumento: dizer que as artes em geral, ou as artes visuais e musicais no caso de nossa anedota acima, têm pouco a acrescentar à aprendizagem escolar é como dizer que a palavra escrita, ou até a representação em geral, acrescenta pouco à aprendizagem escolar. Ensinamos através de representações. Construímos significados através da formulação de nossas próprias representações: a maioria dessas representações é verbal e algumas são diagramáticas. Mas as possibilidades e o potencial de representações alternativas parecem profundos e muitos educadores aparentemente recebem essa mensagem de forma positiva. [...]
            Portanto, o uso de obras de arte topicamente relevantes e a criação de expressões artísticas são maneiras produtivas de incrementar o conhecimento de disciplinas e de temas específicos em vários currículos escolares, tais como história ou ciência. E todos devemos reconhecer algumas distinções importantes nesta discussão: primeiro, várias formas de arte diferem em termos do grau evidente de envolvimento de habilidades utilizadas nas áreas acadêmicas; e segundo, poderíamos separar os efeitos acadêmicos da aprendizagem nas artes, tais como as habilidades adquiridas em aulas de música ou pintura em aquarela, dos efeitos acadêmicos da aprendizagem através das artes, tais como o uso de pinturas históricas ou a dramatização de momentos históricos significativos para aprender sobre o passado.
       Certamente que um grupo de professores de matemática, ciência, história, línguas estrangeiras e de escola primária julgaria com unanimidade que os alunos que desenvolvessem tais disposições teriam maior probabilidade de sucesso escolar do que os demais alunos, e que esses resultados disposicionais da arte-educação tenderiam a potencializar o desempenho acadêmico em alguma medida.


 






terça-feira, 13 de setembro de 2011

Reportagem - Música nas escolas: finalmente uma realidade?



Artigo: http://www.nonada.com.br/2011/07/1805/
Quando se fala em ensino de música nas escolas a reação das pessoas geralmente é parecida: a maioria apoia a ideia, mas considera as lições artísticas um mero e dispensável complemento a disciplinas como Matemática ou Física. Um dos argumentos é que música é lazer, entretenimento; que não é coisa séria e não traz conhecimentos significativos para quem não pretende seguir carreira. Será mesmo? O Nonada ouviu alguns especialistas na área e todos foram unânimes: já está mais do que na hora de as escolas brasileiras levarem a música a sério.

Uma conquista que levou décadas
A partir da Lei Nº 11.769, de 2008, a Educação Básica no Brasil precisa se enquadrar em uma nova realidade, já que a legislação tornou obrigatório o ensino de música nas escolas. Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1971, o que existia era a disciplina de Educação Artística, que, teoricamente, englobava todas as artes. No entanto, quem teve a experiência de absorver essa mescla de informações de diferentes conteúdos, através de um profissional que sabia “de tudo um pouco”, comemora a extinção da famigerada disciplina. Ainda mais no caso da música, já que a falta de instrumentos ou de conhecimento técnico sempre serviu como um bom argumento para não ensiná-la.

“Essa lei vem preencher uma lacuna aberta desde 1972, quando diversos conteúdos das artes foram substituídos apenas pela Educação Artística. O professor possuía uma formação polivalente para poder desempenhar um pouco de cada uma das artes em suas aulas. Não quero e nem ouso questionar ou tampouco desmerecer o papel desses profissionais, mas, com a volta do ensino coletivo de música, viveremos uma nova etapa, principalmente no que diz respeito à formação de professores da área, debate esse que já vem a certo tempo sendo pauta da Associação Brasileira de Educação Musical (Abem)”, afirma o professor Estêvão Grezeli, do Colégio João XXIII, em Porto Alegre.

A farsa da Educação Artística
Germano Francisco Schmitz concluiu sua licenciatura em música pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) em 2005. No entanto, já trabalhava com música, lecionando em salas de aula ou oficinas, pois o Ministério da Educação (MEC) ainda não havia promulgado a lei.  Ele é incisivo em relação à importância do ensino de música nas escolas e mostra-se um duro crítico da forma como isso se dava até então.

“Acredito que, a partir de que se tem uma lei nesse país, fica mais fácil de poder moralizar qualquer que seja a prática, tanto na escola como fora dela. A antiga Educação Artística foi um grande engodo no ensino deste país, instituída propositalmente durante a ditadura militar com o propósito de diminuir a capacidade cultural da juventude, pois os movimentos se davam a partir de cabeças que ‘pensavam’. Portanto, Filosofia foi a primeira disciplina a ser riscada dos currículos e as artes (teatro, artes visuais, música e dança) passaram a ser ministradas todas elas por um único profissional, que, no final de seu curso universitário, acabava sem saber o que fazer em sala de aula, pois não há pessoa que consiga englobar tanto e tão diverso conhecimento para passá-lo aos alunos de forma coerente. Disso lembro, pois tive aulas de Educação Artística, e a gente sempre odiou, já que a professora nem sabia ao certo ao que tinha vindo”, lamenta.

“A Educação Artística foi um grande engodo no ensino deste país, instituída propositalmente
durante a ditadura militar com o propósito de diminuir a capacidade cultural da juventude”

A disciplina de Educação Artística não existe mais desde 1996, quando foi promulgada a LDB.  Para Schmitz, isso só ocorreu “graças a um grupo de pessoas que trabalharam arduamente, principalmente professores da área de Educação Musical da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que é atualmente um dos principais centros nessa área na América Latina”.

Música com M maiúsculo
Quando chegou ao Colégio João XXIII, em abril de 2010, Grezeli, que já leciona música há dez anos, não se sentiu um “intruso” ao integrar o corpo docente. Isso porque o João XXIII é uma das poucas escolas da rede privada da capital que sempre teve o ensino de música em seu currículo. Há toda uma estrutura voltada para a disciplina, com cinco professores especializados e ambientes específicos para o ensino coletivo de Música. Sim, Música com letra maiúscula, já que agora não estamos falando apenas de um termo, e sim do nome de uma disciplina escolar.

“Recentemente nosso governador (Tarso Genro) esteve na Coreia do Sul pesquisando sobre a educação do povo coreano. Em menos de 30 anos a Coreia passou de um país basicamente agrário para um país de exportação tecnológica. Um de seus segredos é o foco no ensino de Música na escola, pois a educação deles foca em criar líderes criativos. A música tem um papel fundamental para isso, sem falar que podemos utilizá-la não só como fim, mas como meio para variadas áreas como a neurociência, psicomotricidade, dentre outras”, exemplifica.

 “A Coreia passou de um país basicamente agrário para um país de exportação tecnológica. Um de seus segredos
é o foco no ensino de Música na escola, pois a educação deles foca em criar líderes criativos”

Já Schmitz está no Rio de Janeiro, prestes a iniciar seu trabalho no Colégio Pedro II, escola federal para o qual prestou concurso no início do ano. “Essa escola, assim que foram promulgadas as novas LDB, voltou a adotar Educação Musical em seu currículo. Eu fiz concurso para professor em Educação Musical, termo que vi pela primeira vez num edita”, relata, empolgado.

Entre suas experiências na área, cita um exemplo de Florianópolis: a Escola Waldorf Anabá, onde trabalhou por três anos. “Ela segue um currículo diferenciado em todos sentidos, o currículo Waldorf. Em Porto Alegre há a Escola Waldorf Querência, que pode ser uma referência para pesquisares sobre o ensino de Música na escola. Nesta pedagogia, a disciplina é parte integrante do currículo desde a pré-escola até o 12º ano, que é o último ano do Ensino Médio. Ela atua aí como um dos principais pilares, se faz presente em todos os momentos, tanto no ensino de outras matérias quanto em festividades, momentos de concentração, aulas de Educação Física, enfim, praticamente todas as atividades se utilizam da música, até como veículo de aprendizado”, explica. “Os professores possuem conhecimentos musicais básicos. É um requisito necessário, e todos trabalham muito em conjunto com o professor de Música”, ressalta Schmitz, que também passou pelo Centro de Ensino Médio Pastor Dohms, em Porto Alegre.

Vantagens sem fim
Músico formado e com mestrado na área de música pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Gerson Rios Leme hoje vive na zona Sul do Estado. Ele atua na área de Som para Audiovisual do curso de Cinema e na Licenciatura em Música da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), além de ser professor de Produção Fonográfica na Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e tutor virtual na área de Educação Musical na Universidade Federal de São Carlos-SP (UFSCar). Não há dúvidas de que Leme respira música, mas o professor avalia o ensino como uma atividade de relevância mesmo para aqueles que não têm a mínima pretensão artística.

“O somatório de todas as diferentes áreas do saber, sejam elas científicas ou artísticas,
é que possibilita uma formação mais ampla e completa para o individuo”

“A meu ver, a obrigatoriedade do ensino de música se faz necessária como qualquer outro conteúdo, pois o somatório de todas as diferentes áreas do saber, sejam elas científicas ou artísticas, é que possibilita uma formação mais ampla e completa para o individuo”, argumenta. Ele recomenda a prática desde os anos iniciais, “pois, quanto mais cedo se criar o hábito no contato com arte, mais à vontade se fica para lidar com a linguagem específica e integrá-la ao cotidiano das pessoas”. Leme cita diversos benefícios que a música proporciona aos jovens, dentre eles “desenvolvimento da percepção sonoro-espacial, expressão artística, desinibição, contato crítico-reflexivo-transformador com culturas variadas, conhecimento histórico-artístico de diferentes contextos e manifestações culturais mundiais”.

Schmitz reforça a importância de tomar todos os cuidados para obter a máxima vantagem que o ensino de Música pode proporcionar. “É preciso saber levar repertórios apropriados a cada faixa etária: criança tem de cantar música de criança, adolescente de adolescente e assim por diante; fomentar a formação de grupos vocais e instrumentais na escola, pois proporcionam momentos importantes de sociabilidade, ajudam positivamente na organização do tempo, de suas coisas, do ambiente ocupado e tantos outros detalhes que envolvem essas atividades: tolerância, amizades, ajuda ao próximo, pontualidade, compromisso e tantos outros benefícios que só vivendo uma atividade assim para se ter profundo conhecimento”, conclui.

Dúvida
Ao finalizar esta matéria, notamos que a Lei Nº 11.769 data de agosto de 2008. Não seria nada demais, não fosse um detalhe: o artigo 3 diz que “os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas nos arts. 1º e 2º desta Lei”. Ou seja, no próximo mês completam-se três anos desde que a lei foi sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  A pergunta que fica é: será que todos os “sistemas de ensino” do Brasil já oferecem o ensino de Música na Educação Básica?
Autor: Daniel Sanes
Fonte: http://www.nonada.com.br/2011/07/1805/

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Plano de aula – POEMAS PARA CANTAR


Introdução:
            Na escola, é fundamental no ensino da arte permitir que o aluno tenha contato com diversas maneiras de expressar suas ideias, para que desenvolva suas capacidades comunicativas e exponha suas próprias formas de utilizar os recursos existentes. Para ensinar música, é preciso respeitar o estágio de desenvolvimento em que cada aluno está. Tendo isso em mente, é preciso entender como a criança enxerga o que é proposto, observar o que ela traz de conhecimento de mundo e tornar o ensino como se fosse um bate-papo entre estudantes e professor.
            Nesta sequência de atividades, além de ampliar seu repertório musical, as crianças podem conhecer um pouco mais sobre a canção, uma composição normalmente curta, que combina melodia com poesia.

Objetivos:
- Ampliar o repertório musical das crianças
- Aprender a ouvir/apreciar músicas diversas
- Conhecer alguns poemas ou obras literárias musicadas
Ano
1 º ano
Conteúdos específicos:
Escuta musical
Repertório musical
Poesia
Canções

Tempo estimado
Três meses

Material necessário
Você vai precisar de alguns livros e de um aparelho de som.
Para a realização desta sequência, sugerimos algumas obras musicais com as características pedidas pela atividade:

CDs: A Arca de Noé - volumes 1 e 2 (poemas de Vinícius de Moraes), Universal; De Paes para Filhos, de Paulo Bi (poemas de José Paulo Paes), MCD Records; Quero Passear, do Grupo Rumo, Palavra Cantada; Canções dos Direitos das Crianças, diversos artistas, Movieplay.

Desenvolvimento das atividades
Ouvir canções em roda
- Na primeira atividade, leve o aparelho de som e apresente para a classe, que escutarão juntos. Conte às crianças que algumas das canções que vão ser ouvidas foram originalmente escritas como poesia. Esse é o caso, por exemplo, das faixas que compõem o CD A Arca de Noé, cujas letras são de Vinícius de Moraes, que só ganharam o acompanhamento da música muito tempo depois de terem sido criadas.
- Leia os poemas, textos ou letras das canções antes e também depois de ouvir a música. Procure deixar ao alcance das crianças, os livros em que estão os poemas ou textos musicados, para que eles sejam manuseados após a roda de leitura e música, e também em outros momentos do dia.
- Ao fim de um período, todos devem saber cantar as músicas aprendidas, e podem cantar com a gravação.
- Separe alguns momentos para os alunos pesquisarem na internet sites sobre os autores e compositores desse projeto. Sugestões:

- Faça com que a atividade de escutar canções e poemas musicados seja um momento especial: crie uma aconchegante roda de música, na própria sala de convívio diário, e realize esse encontro, por exemplo, duas ou três vezes por semana. Depois de conhecidas, as músicas passarão a fazer parte do repertório das crianças, e poderão ser tocadas e ouvidas em outros momentos do dia.
- Organizar um pequeno evento na escola para que as crianças façam apresentação teatralizada dos poemas cantados para alunos de outras classes.

Avaliação
Quando a atividade envolve música, é importante que o professor não compare as aprendizagens, mas que consiga observar as características de cada criança dentro do grupo. Ao escutar uma canção, elas não manifestam seu prazer e seu interesse da mesma maneira. Nem todas dançam ou batem palmas; algumas preferem se manter atentas, apenas escutando, o que não significa não gostar do que ouvem.
É importante que o professor reconheça as manifestações de prazer e desprazer de seus alunos diante da música. Ele pode organizar rodas de apreciação musical, em que todos conversarão sobre suas músicas preferidas, sobre porque gostam ou não de determinada obra. Com isso em mente, podem ser bons critérios de observação:
- As crianças incorporaram canções apresentadas na roda de música ao seu repertório? Cantam-nas espontaneamente?
- As crianças se interessaram em procurar e localizar os poemas/letras de canções nos livros?
- As crianças pedem, em outros momentos do dia, para que o professor toque as canções que escutaram na roda de música?

Plano de aula adaptado do site :
http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/poemas-cantar-585342.shtml